quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

A morte dos jornais impressos

ATENÇÃO: Este texto foi escrito ANTES do acontecido com o blogueiro Antonio Arles [leia aqui ou aqui], mas como já estava pronto, resolvi publicar. Em outro texto eu emito minhas opiniões sobre este caso lastimável de censura do que teria que ser uma opinião livre.

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Muito já se fala na web sobre o fim dos jornais impressos. A ladainha sobre o assunto, se impressa, certamente ocuparia tiragens inteiras de grandes jornais brasileiros. Mas não sou eu, nem qualquer jornalista ressentido com algum editor idiota que decretamos o fim dos jornais impressos.

É você, caro usuário da internet.

Cada vez que um usuário de computador conectado à internet passa a consumir o que é oferecido pelos portais de informação (que são vários) ao invés de comprar um jornal impresso, morre um moleque entregador de jornal atropelado por um caminhão de lixo.

É fato que a informação impressa chega com atraso. Por mais que você tenha o hábito de folhear o jornal, mais cedo ou mais tarde você vai acessar um site com a informação que você precisa, vai perceber que esse site é mais "rápido" ao disponibilizar a informação, e vai desistir do jornal impresso.

Aconteceu comigo. Aconteceu com meu pai, que era leitor assíduo (pelo menos aos domingos) e hoje em dia não compra mais a informação atrasada. E pode acontecer com qualquer um.

Vamos fazer uma conta básica, pois dia desses eu não tinha nada prá fazer em uma rodoviária, apenas esperar um ônibus que só chegaria em 50 minutos. Comprei aquele diário esportivo, o Lance, prá passar o tempo. Paguei R$1,75. Se eu quero manter-me informado sobre esporte TODO DIA ao longo do mês, a conta é simples:


R$1,75 X 30 = R$52,50


Não estou colocando aí o valor diferenciado das edições de domingo. E não sei na cidade de vocês, mas esse valor é mais ou menos o que eu pago pela assinatura mensal da internet por aqui. Link de 200Kb. É pouco? É lento? É, mas eu me informo todo dia com esse link (inclusive, acesso o LanceNet todo dia), baixo músicas, séries...

Isso sem contar a quantidade de informação que você pode acessar sem sair de casa. Ia até colocar na frase anterior "de forma gratuita", mas prefiro não lidar com esse termo. Digamos que sem pagar provedor, você não tem acesso à web, ou seja: o valor que você gasta no link pode ser entendido como o valor pago pela informação. Ok, sabemos que a maioria das informações é disponibilizada de forma gratuita, apenas fiz esse observação prá evitar eventuais engraçadinhos que venham a questionar o valor pago pelo acesso à web.

Mas o assunto eram as informações. Voltemos a ele: hoje bons jornalistas tem blogs. Blogueiros podem informar de forma mais imparcial que muitas redações por aí. Mesmo assim nós temos espalhados pela web formadores de opinião que são parciais? Temos, mas você pode acessar um site direitista e 5 minutos depois um site esquerdista. Fica à sua vontade. A sua opinião dos fatos, depois de ler os dois lados, pode ser melhor, mais íntegra. Só depende da sua vontade em ler e fazer o seu juízo das informações, ou até mesmo discuti-las com amigos, ou nos próprios espaços das notícias que são liberados para os comentários.

E a melhor coisa é ler um jornalista livre dos grilhões editoriais! Ele é o editor. Os blogueiros também são editores do próprio conteúdo. Com o Twitter [por exemplo] você pode seguir pessoas que espalham informações relevantes durante o dia. O acesso à informação é livre, você pode acessar a edição online de um jornal turco, árabe, japonês, canadense (claro, edições traduzidas, mas vocês entenderam onde eu quero chegar).

É fato também que o jornal impresso ainda tem seu espaço. Mas essa turma que hoje tem seus 15 anos e que já consome informação, quer rapidez e atualizações e já busca isso na web, quando chegar aos 30 e necessitar de informação rápida e confiável vai procurar onde? Vai comprar jornal e sentar no banco da praça prá ler?

Sim, a minha opinião é que em 5 anos (estou sendo bonzinho) os jornais acabarão.

Ou então alguma tempestade solar em 2012 fritará todos os aparelhos eletrônicos e a Terra ficará nas trevas da informação, até que alguns garotos passarão por nossas ruas montados em bicicletas com as cestas cheias de jornais...

4 comentários:

  1. Cinco anos é forte. Acho que os jornais impressos ainda terão mais vida.

    Mas concordo com o texto. O futuro é nosso!

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  2. Também acho que 5 anos é um período muito curto. Os jornais terão mais alguns anos, depois adeus.

    E não só pela rapidez em se conseguir as informações, mas também pelo "cuidado ao meio ambiente", parando de cosumir grandes quantidades de árvores.

    Entra também essa questão econômica.

    Muitos jornais já dispoem todo seu conteúdo na internet, alguns gratuitamente, inclusive.

    PS.: Acho que tu esqueceu uma tag Bolg aberta nesse site, deixando todo site em negrito.
    Araço!

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  3. - PC, 5 anos é um tempo considerável... veremos...

    - Gabriel, tem tag nenhuma aberta... eu estou vendo o blog com as letras normais...

    Agora, ao texto em si: acho que a saída é disponibilizar parte do conteúdo online somente para os assinantes. Daí sai a receita dos jornais no futuro. O Globo já faz isso.

    Resta saber se valerá a pena pagar para ler determinados conteúdos...

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  4. Vinicius,

    Vou contar minha historinha. Desde que me entendo por gente, meus pais assinavam O Globo. E eu lia, amarradão. (principalmente o caderno de esportes, isso vc já sabe - tem um charme especial nO Globo, porque ao ler os esportes as pessoas acham que vc está lendo Economia hahahaha)

    Eu ainda estaria lendo O Globo até hoje no papel, não fosse aquele RMP, cujas colunas insuportáveis me fizeram cancelar a assinatura.

    Eu sei que me informo mais, melhor e mais rápido na internet, mas eu ainda leria jornal em papel. E muita gente, mesmo nova, ainda pensa assim.

    Por isso, acho que cinco anos é pouco. Mas tenho certeza que em 50 anos não haverá mais jornal em papel.

    Obrigado por proporcionar o debate! Abraço!

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Seguinte: essa bagaça é moderada, mas não tenha medo de comentar. Mas se você xingar a mãe alheia (principalmente a minha) eu dificilmente vou aprovar seu comentário.

No mais, senta o dedo nessa porra!